SOU PAPAI

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quinta-feira, 21 de julho de 2011

O QUE É UM MENINO.

Bom, estamos bem na correria, nos adaptando essa nova mudança, mas a melhor com certeza da minha vida, recebi hoje esse texto de uma amigona nossa, a Vanessa Gomes, que quando leu pensou na Márcia, no Diogo e em mim...



O QUE É UM MENINO
Tradução de Benedito Ferri de Barros


Entre a inocência da infância e a compostura da maturidade há uma deliciosa criatura chamada menino.
Embora se apresentem em tamanhos, pesos e cores sortidos, todos os meninos têm o mesmo credo: aproveitar cada segundo de cada minuto de todas as horas de todos os dias e protestar ruidosamente (o barulho é sua única arma) quando seu último minuto é decretado e os adultos os empacotam e metem na cama.
Meninos são encontrados em todas as partes: em cima de, embaixo de, dentro de, subindo em, balançando-se no, correndo em volta de , pulando para.
As mães os adoram, as meninas os odeiam, irmãos e irmãs mais velhos os suportam, adultos os ignoram o céu os protege. Um menino é a Verdade com o rosto sujo, a Beleza com um corte no dedo, a Sabedoria com um chiclete no cabelo,a Esperança do futuro com uma rã no bolso.
Quando você está ocupado, um menino é um conversa-fiada intrometido e amolante. Quando você deseja que ele cause boa impressão, seu cérebro vira geléia, ou ele se transforma em uma criatura sádica e selvagem empenhada em desmontar o mundo ao seu redor.
Um menino é um híbrido: o apetite de um cavalo, a disposição de um engole-espadas, a energia de uma bomba atômica de bolso, a curiosidade de um gato, os pulmões de um ditador, a imaginação de um Júlio Verne, o retraimento de uma violeta, o entusiasmo de um bombeiro – e quando se mete a fazer alguma coisa é como se tivesse cinco polegares em cada mão.
Gosta de sorvete, canivetes, serrotes, pedaços de pau, água (no seu “habitat“ natural), bichos grandes, Papai, sábados, domingos e feriados, mangueiras de água. Não é partidário de catecismo, escolas, livros sem figuras, lições de música, colarinhos, barbeiros, meninas, agasalhos, adultos e “hora de dormir”.
Ninguém se levanta tão cedo, nem chega tão tarde para o jantar. Ninguém se diverte tanto com árvores, cachorros e mosquitos. Ninguém mais é capaz de meter num único bolso um canivete enferrujado, uma maça comida pela metade, um metro e meio de barbante, um saco de matéria plástica, duas pastilhas de chiclete, três notas de um real*, um estilingue e um fragmento de “substância ignorada”.
Um menino é uma criatura mágica: você pode mantê-lo fora do seu escritório, mas não pode expulsa-lo de seu coração. Pode pô-lo para fora da sala de visitas, mas não pode tirá-lo de sua mente. Queira, ou não, ele é seu captor, seu carcereiro, seu dono, seu patrão – um cara sarapintado, um nanico, um mata-gatos, um pacote de encrencas. Mas quando à noite você chega em casa, com suas esperanças e seus sonhos reduzidos a pedaços, ele possui a maia de solda-los em um segundo, pronunciando duas palavras somente:”Alô, mamãe!”...

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